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RISCO DE TROMBOSE EM PACIENTES INTERNADOS

Postado por: Dr. Paulo Barros 0 Comentario(s)

Uma das preocupações atuais é o risco de trombose em pacientes internados e os riscos inerentes a este evento. Atualmente o Dr. Paulo vem desenvolvendo um protocolo junto a uma estrutura hospitalar em que o mesmo trabalha e realiza atividade acadêmica paralelamente a sua atividade assistencial. Este estudo visa a aperfeiçoar as indicações quanto ao uso de medicações para profilaxia da trombose venosa nos pacientes internados em um serviço de referência de atendimento do estado, além de promover ações junto ao corpo clínico para alertar para este risco e quanto ao uso de outras medidas não medicamentosas para esta profilaxia.

A trombose venosa profunda(TVP) apresenta altos índices de mortalidade, ocorrendo, em números absolutos em torno de 400.000 pessoas ao ano na Europa e 300.000 no Estados Unidos da América. Estima-se que 34% destes ocorrem de forma súbita associada a embolia pulmonar e em 59% das vezes no evento agudo não é realizado o seu diagnóstico. Segundo Baglin et al (Baglin TP , White K , Charles A . Fatal pulmonary embolism in hospitalised medical patients . J Clin Pathol . 1997; 50( 7): 609- 610 ), entre 70 a 80% das TVPs ocorrem em pacientes internados e Anderson et al (Anderson FA Jr , Zayaruzny M , Heit JA , Fidan D , Cohen AT . Estimated annual numbers of US acute-care hospital patients at risk for venous thromboembolism . Am J Hematol . 2007 ; 82 ( 9 ):777 – 782 ),  refere que 40 a 50% dos pacientes internados são de risco para TVP.

A aplicação de medidas preventivas da trombose venosa profunda em pacientes internados evidencia uma redução da morbidade e mortalidade.  Arnold et al (Arnold D, Kahn S, Shrier I. Missed opportunities for prevention of venous thromboembolism: an evaluation of the use of thromboprophylaxis guidelines. Chest 2001; 120:1964–1971 ) demonstraram que poder-se-ia ter evitado 17,4% de 253 episódios de tromboembolismo venoso (TEV), se tivesse sido aplicado profilaxia adequada, conforme recomendado em protocolos previamente estabelecidos. Mesmo em pacientes que realizaram a profilaxia segundo o protocolo estabelecido, 8,4% dos pacientes apresentaram tromboembolismo venoso. Outros estudos observacionais com pacientes internados em unidades de terapia intensiva mostraram uma taxa variável de uso da profilaxia trombótica sendo a menor de 33% dos pacientes internados, mesmo excluindo os pacientes de risco para o uso de heparinas.

Em pesquisa recente o “National Anticoagulation Benchmark and Outcomes Report”, mostrou que 30% dos pacientes com fibrilação atrial de moderado risco para acidente vascular cerebral embólicos que eram elegíveis para aspirina ou antagonistas da vitamina K não receberam qualquer tratamento eficaz anticoagulante. Por fim, ressaltamos que estudos randomizados e de meta-analise identificaram que o uso adequado de profilaxia medicamentosa pode diminuir o risco de TVP em 66% dos pacientes. Esses estudos ilustram a lacuna que existe entre a evidência de parâmetros previamente estabelecidos e sua aplicação na prática. Claramente, o desenvolvimento e a divulgação de protocolos e diretrizes para a prática clínica somente terão um efeito esperado quando se alterar os padrões de comportamento e prática do médico.

Definições contemporâneas de qualidade em prestação de serviço médico reconhecem que a prática clínica "repousa sobre a integridade dos padrões científicos provenientes da investigação e da tradução de diretrizes de investigações padronizadas nas práticas clínicas, que definem o uso adequado e a implementação de testes de diagnóstico e terapêutica”. As padronizações das ações clínicas em serviços institucionais tornaram-se um mandato tanto administrativo como uma meta convencional para mensuração de resultados. A mensuração dos resultados das padronizações protocolares é que poderão propiciar a avaliação de um serviço podendo gerar os critérios próprios e mais adequados de diretrizes. Com as recomendações de diretrizes temos o desenvolvimento de medidas de desempenho médico junto ao serviço evitando-se a divergência de melhores práticas e muitas vezes o desperdício de recursos o que redimensiona os custos para uma aplicação destes em uma medicina mais eficaz.

Assim, no caso do desenvolvimento de um adequado protocolo de profilaxia de trombose venosa profunda todos ganham: o paciente por ter uma assistência mais segura, os médicos por realizarem uma medicina com maior rigor científico e a sociedade pela gestão de seus recursos executando uma medicina mais eficaz.

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